É provável que a primeira coisa que venha à cabeça ao ler o título deste artigo é a exuberante floresta amazônica, que, apesar das ameaças que vem sofrendo, ainda ocupa uma enorme porção do território brasileiro e da América do Sul. No entanto, como descrevemos em texto publicado em 2013 nesta revista (CH n.o 306), a Amazônia não é um bloco contínuo de florestas, mas um grande mosaico de ambientes, incluindo áreas com vegetações abertas não florestais.
Neste artigo, vamos abordar uma dessas vegetações não florestais que crescem sobre solos arenosos, conhecida na Amazônia por diferentes nomes: campina, campinarana, caatingapó, campos da natureza, entre outros (figura 1). Muitos pesquisadores têm se referido a esses ambientes como ecossistemas de areia branca (white-sand ecosystems), em uma tentativa de padronização da nomenclatura, uma vez que eles englobam diferentes formações vegetais e alta heterogeneidade. Aqui, usaremos, por vezes, o termo ‘campinas’, pela praticidade.