Já está bem claro o valor de grandes áreas de hábitats, que abrigam uma extensa rede de conexões biológicas, para a preservação da biodiversidade. Mas áreas menores não teriam também considerável contribuição? Qual o valor de pequenas extensões naturais, que surgem a partir do impacto humano e de seu posterior abandono? Como o recente isolamento causado pela pandemia influenciou as pessoas, sensibilizando-as para a valorização desses espaços?
É fato que o planeta vem acumulando problemas ambientais que vão prejudicar as gerações futuras. No entanto, enquanto muitos países desenvolvidos valorizam seus recursos ambientais, outras nações com mais áreas naturais tendem a não fazê-lo, uma vez que precisam explorá-las para suprir suas necessidades econômicas e superar as desigualdades sociais. Essas desigualdades justificariam o uso contínuo de tais recursos para atingir os mais elevados padrões de qualidade pessoal – grande parte do que é consumido acaba se acumulando em casa ou, sobretudo, no lixo. Entretanto, durante a pandemia da covid-19, o isolamento social mostrou a importância de ter um mundo fora de nossas residências e um ambiente externo de qualidade.
Assistimos a muitas catástrofes ambientais em 2020 ao redor do mundo (pandemia, pragas de insetos, grandes incêndios). Elas não são consequência de um castigo divino nem de um plano maligno de governo ou de outra entidade. São resultado da falta de conhecimento básico sobre os ambientes naturais. O resgate dessa experiência é fundamental para a mudança de atitudes, para que a população perceba os resultados positivos que o ambiente natural pode proporcionar.