Experiência multidisciplinar une história e genética para criar um debate mais rico, crítico e amplo sobre o tema.
Em 2003, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB)foi alterada, tornando obrigatório o estudo de história e cultura afro-brasileiras nas escolas públicas do país. Essa modificação foi fruto de muito empenho por parte do movimento negro, constituindo-se uma relevante conquista no combate à discriminação racial no país.
No entanto, o entendimento da comunidade escolar ficou preso à ideia de que a temática estaria restrita às aulas de história. Tal visão ignora tanto a gravidade do racismo em nosso país quanto o potencial multidisciplinar e transversal de abordagens em sala de aula. Dentre as várias possibilidades de trabalho, há na biologia uma excelente oportunidade para promover a aprendizagem de conteúdos de genética e evolução humanas.
Mas o que as aulas de biologia têm a ver com o debate sobre racismo?
A desconstrução do conceito de raças biológicas em humanos desnaturaliza as desigualdades entre brancos e negros, abrindo espaço para a percepção das origens históricas dessa realidade. Estatísticas mostram que os negros são os que mais sofrem com problemas como violência e precariedade das condições de vida. Além disso, as médias salariais são mais baixas, e o acesso a bens e serviços é cerceado de várias formas.