‘Parque dos dinossauros’ em ambiente virtual

Se recriar dinossauros parece coisa simples no cinema, paleontólogos, na vida real, são desafiados diariamente a extraírem de fósseis, muitas vezes frágeis, raros e pouco acessíveis, informações sobre animais há milhões de anos extintos da face da Terra. Modernas tecnologias têm sido aliadas desses cientistas em sua jornada para desvendar o passado. Ferramentas de digitalização e computação gráfica têm revolucionado a análise de fósseis, revelando hábitos, comportamentos e outras características, como peso e tamanho, de seres que vagavam por nosso planeta num passado remoto.

De volta à “vida”: paleontologia virtual e simulações biomecânicas com modelos do rincossauro Teyumbaita sulcognathus (Triássico do RS, 233 Ma). Da esquerda para a direita: fóssil original, modelo gerado por tomografia computadorizada, malha de elementos finitos, modelo de estresse mecânico (em laranja) e reconstrução artística do animal. MODELAGEM E SIMULAÇÃO: FLÁVIO A. PRETTO. RECONSTRUÇÃO ARTÍSTICA: MÁRCIO L. CASTRO

A paleontologia é, por natureza, uma ciência de interface, um híbrido de geociências e biociências que tenta compreender a vida do passado. Há um quê de detetive no trabalho de quem segue essa carreira. Por meio de fósseis, que são vestígios raros e incompletos, cientistas se esforçam em reconstruir peça a peça aspectos da (paleo)biologia de organismos que desapareceram da Terra há milhões de anos, muitas vezes sem deixar descendentes. E ainda que os filmes de Hollywood explorem com maestria a temática dos dinossauros – fazendo parecer corriqueiro ver esses animais ganhando vida – um dos grandes dramas da vida de quase todos os paleontólogos reside no fato de que jamais teremos a satisfação de ver nossos objetos de estudo ao vivo e a cores. Enquanto biólogos empreendem expedições para observar seres vivos em seu hábitat natural, ao paleontólogo resta (com sorte) um punhado de fósseis para estudar. 

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