Por que balançamos os braços quando caminhamos?

Instituto de Física
Universidade Federal Fluminense

CRÉDITO: FOTO ADOBE STOCK

“Isso é mais velho que andar para a frente”. Esse é o ditado comumente usado para descrever fatos que são antigos, e, por vezes, poucos conhecidos. Mas, quando andamos para a frente, algo mais acontece: balançamos os braços.

Afinal, por que fazemos isso? É tão natural que nem chegamos a pensar que uma coisa que precisa ser feita para caminharmos: simplesmente, acontece. Mas, se ela ocorre, tem que haver explicação. É aqui que a física e a biologia vêm nos socorrer.

Primeiramente, vamos à descrição do que se passa – na prática. Caminhe um pouco. Notou que seus braços oscilam de forma ‘alternada’ em relação às pernas? Quando a perna direita (ou esquerda) vai para a frente, o braço esquerdo (ou direito) vai para a frente. Esse par de membros faz um movimento que denominamos ‘pendular’ – por lembrar o vaivém de um pêndulo.

Qual a função desse movimento?

O corpo pode ser visto como uma estrutura formada por várias partes móveis. Quando, por exemplo, a perna direita vai para a frente, a tendência do corpo é girar ao redor de seu eixo vertical – imagine uma reta que passa pelo centro de sua cabeça e vai até o chão. Para evitar que o corpo siga girando (no caso, no sentido anti-horário), por causa do movimento da perna direita, o braço esquerdo é lançado para a frente. E vice-versa.

Ou seja, o movimento dos braços contrabalança o movimento das pernas – afinal, não queremos girar, mas, sim, andar para a frente.

A física nos ensina que um objeto que gira tem ‘momento angular’. Esse é o caso, por exemplo, de piões e patinadores ao fazerem piruetas. Mas a explicação vai além desse conceito. Há também uma razão energética. Pesquisadores estadunidenses e australianos mostraram que, ao balançarmos nossos braços, há uma economia de 12% de energia em relação a uma caminhada com braços rígidos.

Além disso, verificaram que, quando caminhamos com passos ‘normais’, os braços se movimentam naturalmente de forma alternada, sem que precisemos acionar nossos músculos. Quando é necessário algum ajuste – por exemplo, ao corrermos –, os músculos, então, entram em ação – e isso implica consumo de energia. Nesses casos, a função do movimento dos braços está parcialmente associada a acelerar o movimento para a frente a cada passada.

Vale acrescentar que não há consenso entre especialistas sobre o porquê de correr com os braços encolhidos é melhor do ponto de vista energético. Portanto, parece haver algo sobre ‘andar’ que não é “tão velho quanto andar para a frente”.

 

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