Como mostramos nas duas colunas anteriores, o debate sobre a extinção em massa ocorrida no final do período Cretáceo estava centrado na questão de o evento ter sido gradual – causado por vulcanismo ao longo de centenas ou mesmo milhares de anos, o que é representado pelas rochas vulcânicas do planalto de Deccan, na Índia – ou instantâneo – em decorrência do impacto de um asteroide ou outro corpo celeste.
A grande resistência à teoria de que a extinção teria sido causada por um impacto era a falta de uma cratera. E não podia ser qualquer uma; tinha que ser uma estrutura de grande porte, com idade compatível com o limite Cretáceo-Paleógeno (K-Pg), datado de 66 milhões de anos atrás. Encontrar uma cratera assim não seria uma tarefa fácil e, para muitos, talvez até impossível.
Alexander W. A. Kellner
Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro
Academia Brasileira de Ciências
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