Diante da proibição do uso na escola, curiosidades sobre os elementos químicos que compõem os aparelhos podem render conversas interessantes
Diante da proibição do uso na escola, curiosidades sobre os elementos químicos que compõem os aparelhos podem render conversas interessantes
CRÉDITO: IMAGEM ADOBE STOCK
Sim, está proibido o uso do celular por alunos em escolas públicas e privadas de todo o país. E, sinceramente, eu concordo! Temos evidências suficientes de que o uso excessivo de telas prejudica não só o desempenho acadêmico, mas também influencia o desenvolvimento de habilidades cognitivas e a saúde mental.
Mas eu entendo os estudantes que se revoltaram, protestaram e até foram às redes sociais do presidente da República mostrar toda indignação diante da assinatura do projeto de lei. Serei sincero, de novo: nessa idade, acho que teria feito o mesmo. Inundado pelas transformações hormonais da adolescência e possuído pelo entusiasmo juvenil de conquistar meu lugar no mundo, eu lutaria.
Serei então empático à causa e farei uma promessa: aqueles que prestarem mais atenção às aulas de química, garanto, terão argumentos convincentes em prol do equipamento fruto da discórdia. Provavelmente, não conseguirão reverter a sanção presidencial. Entretanto, a rebeldia poderá ser expressa de forma inteligente, mostrando que o celular pode render bastante assunto em diversas aulas.
Vamos começar com alguns fatos interessantes. Na década de 1950, seria necessário um conjunto de computadores interligados ocupando um andar inteiro de um prédio comercial para realizarmos o que se consegue fazer hoje com um celular. Até aquele seu aparelho antigo, que foi trocado por ser considerado obsoleto, tinha uma capacidade computacional maior do que o computador utilizado pela NASA para colocar o primeiro homem na Lua.
Mas o que faz o celular ser tão smart? Sendo simples e direto: a química!
Toda vez que você olha para o seu celular, pode não parecer, mas você está olhando para uma “floresta tropical” em termos de diversidade de elementos químicos. Dos 83 elementos estáveis (não radioativos) contidos na tabela periódica, 70 podem ser encontrados em qualquer smartphone. Ou seja, nada mais, nada menos do que 84% de todos os elementos estáveis da tabela. Para termos uma ideia da dimensão disso, basta pensarmos que no total, nosso corpo contém cerca de 21 elementos químicos diferentes. Porém, 99% do corpo humano é composto por apenas 4 elementos diferentes: carbono, oxigênio, nitrogênio e hidrogênio.
No caso do celular, os metais desempenham um papel particularmente relevante, especialmente um grupo chamado de terras raras. Entre eles estão o escândio, o ítrio e os lantanídeos.
Em diversos smartphones comercializados por diferentes empresas, podemos encontrar até 16 dos 17 metais classificados como terras raras. O único que não está é o promécio, por ser radioativo. Esses metais são responsáveis principalmente pelas belas cores que vemos nas telas, pelos circuitos presentes no telefone e pelos alto-falantes. Ah, e se você pode colocar seu telefone para vibrar, agradeça ao neodímio e ao disprósio!
Vale comentar que os elementos químicos chamados de terras raras receberam esse nome por serem de difícil extração, não verdadeiramente por sua raridade. No entanto, apresentam características especiais que os tornam essenciais para diversas aplicações tecnológicas.
O Brasil possui a segunda maior reserva mundial conhecida de terras raras, atrás apenas da China. Entre os locais onde encontramos essas reservas estão as areias monazíticas do litoral e as jazidas próximas a vulcões extintos, como nas cidades de Araxá e Poços de Caldas, em Minas Gerais; Catalão, em Goiás; e também em Pitinga, no Amazonas.
Entretanto, ainda exploramos pouco nossa reserva devido aos altos custos da tecnologia necessária para sua extração e separação. Pois bem, aí está! Se a separação do seu celular for muito dura e a distância causar crises intensas de abstinência, fale dele. Mas, em meio a uma bela discussão de química, biologia, geologia, geopolítica…
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JULIANA GOMIDE DUARTE
Perfeito o artigo. Irei trabalhar com os meus alunos na disciplina de Pensamento Científico, ensino fundamental 2, turmas do 9 ano. Estão indignados com a proibição dos celulares na escola. Seu artigo é impressionante! Ele aborda de maneira equilibrada e esclarecedora um tema controverso e atual. A argumentação é sólida, apoiada por dados históricos e científicos que nos fazem refletir sobre o uso do celular e seu impacto na educação e na sociedade.
Adorei como você conectou a química com a tecnologia dos smartphones, oferecendo uma perspectiva fascinante e educativa. Além disso, sua empatia com os estudantes é admirável e torna o texto ainda mais envolvente.
Parabéns por trazer informações tão ricas e por incentivar um debate inteligente e bem fundamentado!